Autor: Tere Fernández | Fonte: Catholic.net
28 de março de 2013. Quinta-Feira em que Cristo instituiu o sacramento da Eucaristia, também conhecido como a Última Ceia.
Significado da celebração
Na Quinta-Feira Santa se celebra:
· a Última Ceia,
· o Lava-pés,
· a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio,
· a oração de Jesus no Jardim do Getsêmani.
Na manhã deste dia, em todas as catedrais de cada diocese, o bispo reúne aos sacerdotes em torno do altar e, numa Missa solene, se consagram os Santos Óleos que se usam nos Sacramentos do Batismo, Confirmação, Ordem Sacerdotal e Unção dos Enfermos.
Na Missa vespertina, antes do ofertório, o sacerdote celebrante toma uma toalha e uma bacia com água e lava os pés de doze varões (ou pessoas), recordando o mesmo gesto de Jesus com seus apóstolos na Última Ceia.
Livro do Êxodo 12, 1-8.11-14; Primeira carta do apóstolo São Paulo aos coríntios 11,23-26; Evangelho segundo São João 13, 1-15.
Este é o dia no qual se instituiu a Eucaristia, o sacramento do Corpo e do Sangue de Cristo, sob as espécies de pão e vinho. Cristo teve a Última Ceia com seus apóstolos e pelo grande amor que nos tem, permaneceu conosco na Eucaristia, para guiar-nos no caminho da salvação.
Estamos todos convidados para celebrar a ceia instituída por Jesus. Nesta noite santa, Cristo nos deixa seu Corpo e seu Sangue. Revivamos este grande dom e comprometamo-nos a servir aos nossos irmãos.
c) O lava-pés
Jesus, nesta passagem do Evangelho nos ensina a servir com humildade e de coração aos demais. Este é o melhor caminho para seguir a Jesus e para demonstrar-lhe nossa fé n’Ele. É bom recordar que esta não é a única vez que Jesus nos fala sobre o serviço. Devemos procurar esta virtude para nossa vida de todos os dias. Viver como servidores uns dos outros.
d) A noite no Horto das Oliveiras
Leitura do Evangelho segundo São Marcos 14, 32-42
Reflitamos com Jesus no que Ele sentia nestes momentos: seu medo, a angústia diante da morte, a tristeza por ser traído, sua solidão, seu compromisso para cumprir a vontade de Deus, sua obediência e confiança em Deus Pai. As virtudes que nos ensina Jesus neste dia, entre outras, são a obediência, a generosidade e a humildade.
Os monumentos e a visita das sete igrejas[2]
Costuma-se, depois da Missa vespertina, fazer um monumento para ressaltar a Eucaristia e expô-la de uma maneira solene para a adoração dos fiéis.
A Igreja pede que se dedique um momento de adoração e de agradecimento a Jesus, um acompanhar a Jesus na oração do jardim das Oliveiras. É por esta razão que as Igrejas preparam seus monumentos. Este é um dia solene.
Na visita das sete igrejas ou sete templos, costumava-se levar a cabo uma breve oração na qual se dava graças ao Senhor por todo seu amor ao permanecer conosco. Isto se faz em sete templos diferentes e simboliza o ir e vir de Jesus na noite da traição. É ao que referem quando dizem “levar-te de Herodes a Pilatos”.
A ceia da páscoa nos tempos de Jesus
Há milhares de anos, os judeuss viviam na terra de Canaãn. Sobreveio, porém, uma grande carestia e tiveram que mudar-se e viver no Egito, onde o faraó os presenteou umas terras férteis, nas quais poderiam viver, graças à influência de um judeu chamado José, conhecido como O sonhador.
Depois de muitos anos, os israelitas se multiplicaram muitíssimo no Egito e o Faraó teve medo de que se rebelassem contra o seu reino. Ordenou matar todas as crianças israelitas do sexo masculino, afogando-as no rio Nilo. Moisés logrou sobreviver a esta matança, pois sua mãe o pôs no rio numa cesta e ele foi recolhido pela filha do faraó.
O faraó transformou os israelitas em escravos, encarregando-os dos trabalhos mais pesados.
Deus elegeu a Moisés para que libertasse a seu povo da escravidão. Como o faraó não concordava em libertá-los, Deus mandou as dez pragas sobre o Egito.
A última destas pragas foi a morte de todos os primogênitos do reino. Para que a praga não caísse sobre os israelitas, Deus ordenou a Moisés que cada um deles marcasse a porta de sua casa com o sangue de um cordeiro e deu instruções específicas para isto: na ceia, cada família devia comer um cordeiro, inteiro, assado, sem quebrar-lhe os ossos. Não deviam deixar sobrar nada, porque no dia seguinte já não estariam ali. Para acompanhar ao cordeiro deviam comê-lo com pães ázimos e ervas amargas. As ervas amargas ajudariam para que tivessem menos sede, já que teriam que caminhar muito no deserto. O pão, ao não conter fermento, não endureceria tão facilmente e poderiam levá-lo para comê-lo no caminho. Mandou que comessem de pé e vestidos para a viagem, com todas as suas coisas prontas, já que teriam que estar preparados para sair quando fossem avisados.
No dia seguinte, o primogênito do faraó e de cada um dos egípcios amanheceu morto. Isto fez com que o faraó concordasse em deixar aos israelitas em liberdade e eles saíram com toda pressa possível do Egito. O faraó logo se arrependeu de deixá-los partir e enviou a todo o seu exército para trazê-los de volta. Deus ajudou a seu povo abrindo as águas do mar Vermelho para que passassem e as fechou no momento em que o exército do faraó tentou passar.
Desde este dia os judeus começaram a celebrar a páscoa na primeira lua cheia da primavera, que foi quando Deus os ajudou a libertar-se da escravidão do Egito.
Páscoa quer dizer “passagem”, isto é, a passagem da escravidão à liberdade. A passagem de Deus por suas vidas.
Os judeus celebram a páscoa com uma ceia muito parecida à que tiveram seus antepassados na última noite em que passaram no Egito.
A festa da páscoa se chamava “Pesaj” e era celebrada como recordação da libertação do povo judeu da escravidão do Egito. Isto o faziam ao chegar a primavera, do dia 15 ao 21 do mês hebraico de Nisán, na lua cheia.
Os elementos que se utilizavam na ceia eram os seguintes:
· O Cordeiro: Ao sair do Egito, os judeus sacrificaram um cordeiro e com seu sangue assinalaram os marcos de suas portas.
· Karpas: É uma erva que se banha na água salgada e que recorda as misérias dos judeus no Egito.
· Naror: É uma erva amarga que simboliza os sofrimentos dos hebreus durante a escravidão no Egito. Comiam naror para recordar que os egípcios amargaram a vida de seus antepassados, tornando-os escravos.
· Jarose: É uma mistura de maça, noz, mel, vinho e canela que simboliza a mistura de argila que os hebreus usaram no Egito para as construções do faraó.
· Matzá: É um pão sem fermento que simboliza o pão que os hebreus levaram do Egito e que não chegou a fermentar por falta de tempo.
· Água salgada: Simboliza o caminho pelo Mar Vermelho.
· Quatro taças de vinho: Simbolizam quatro expressões Bíblicas da libertação de Israel.
· Sete velas: Iluminam e dão luz. Elas simbolizam a vinda do Messias, luz do mundo.
A ceia constava de oito partes:
1. Acendimento das luzes da festa: Aquele que presidia a celebração acendia as velas, todos permaneciam de pé e faziam uma oração.
2. A benção da festa (Kiddush): Sentavam-se todos à mesa. Diante de quem presidia a ceia, havia uma grande taça ou vasilha de vinho. Frente aos demais membros da família havia um prato pequeno de água salgada e um prato com pães ázimos, rábano ou alguma outra erva amarga, “jaroses” e alguma erva verde.
Servia-se a primeira taça de vinho, a taça da ação de graças, que eram dadas a todos os membros da família. Todos bebiam a primeira taça de vinho. Depois o servente apresentava uma vasilha, jarra e toalhinha a quem presidia a celebração, para que se lavasse as mãos, enquanto dizia a oração. Comia-se a erva verde, o servente levava um prato com três grandes matzás (pães ázimos), cada uma envolta numa toalhinha. Quem presidia a cerimônia, desdobrava a peça superior e a levantava acima do prato.
3. A história da saída do Egito (Hagadah). Era servida a segunda copa de vinho, a copa de Hagadah. Alguém da família lia a saída do Egito do livro do Êxodo, capítulo 12. O servente trazia o cordeiro pascal, que devia ser macho e sem mancha e ele era assado num recipiente em forma de cruz e não se podia quebrar nenhum de seus ossos. Colocava-se o mesmo diante de quem presidia a celebração e se perguntava pelo significado da festa de Pesaj. Eles respondiam que ‘era o cordeiro pascal que nossos pais sacrificaram ao Senhor em memória da noite em que Yahvé passou pelas casas de nossos pais no Egito’. Em seguida tomava a peça superior de pão ázimo e o elevava ao alto. Em seguida levantava a erva amarga.
4. Oração de ação de graças pela saída do Egito: Quem presidia a cerimônia levantava sua taça e fazia uma oração de ação de graças. Colocava a taça de vinho no seu lugar. Todos se colocavam de pé e recitavam o salmo 113.
5. A solene benção da comida: Todos se sentavam e se abençoava o pão ázimo e as ervas amargas. Tomava primeiro o pão e o abençoava. Depois quebrava o ‘matzá’ (pão ázimo) superior em pequenas porções e distribuía um pedaço para cada um dos presentes. Eles o asseguravam em suas mãos e diziam uma oração. Cada pessoa colocava uma porção de ervas amargas e um pouco de ‘jaroses’ entre dois pedaços de matzá (pão ázimo) e diziam juntos uma pequena oração.
6. A ceia pascal: Realizava-se a ceia.
7. A terceira taça de vinho: a taça da bênção.- Quando se terminava a ceia, quem presidia a mesma tomava a grande metade do pão ázimo do meio do prato, a partia e a distribuía a todos os presentes. Todos asseguravam a porção de matzá em suas mãos, enquanto que quem presidia dizia uma oração e em seguida o comiam. Então se servia a terceira taça de vinho, “a taça da benção”. Todos se colocavam de pé e tomavam a taça da benção.
8. Benção final: Enchiam-se as taças pela quarta vez. Esta quarta taça era a “Taça de Melquisedec”. Todos levantavam suas taças e diziam uma oração de louvor a Deus. Tomavam-nas e quem presidia a cerimônia concluía a celebração com a antiga benção do Livro dos Números (6, 24-26).
Dia da Caridade:
No México, por exemplo, os bispos, estabeleceram que a Quinta-Feira Santa seja o dia da caridade. O objetivo deste gesto não é apenas fazer uma coleta para os pobres, mas ser um impulso de seguir o exemplo de Jesus que compartilhou todo seu ser.
Sugestões para viver esta festa:
· Dedicar um tempo à adoração Eucarística
· Fazer a visita das ‘sete casas’.
[1] Tradução livre de Frei João Carlos Karling, ofm, para uso da página da Paróquia Rede de Comunidades São José, Gravataí – RS.
[2] Não é tradição em nossa Paróquia (nota do tradutor).
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