
Nesta semana, a Igreja celebra a
paixão, morte e ressurreição de Jesus. Com o Domingo de Ramos, entramos na
‘Grande Semana’ ou Semana Santa, como costumamos denominá-la.
Ela se inicia com a entrada
triunfante de Jesus em
Jerusalém. A meta desse caminho é a oferta que Jesus faz de
si mesmo na cruz e é expressão singular de sua disposição de “amar até o fim’.
À medida que Jesus vai realizando
o seu caminho em direção a Jerusalém, ele vai encontrando pessoas que passam a
acompanhá-lo. Encontra também um cego chamado Bartimeu, cujo nome significa
‘filho da honra’. Jesus restitui a vista ao ‘filho da honra’, que passa então a
segui-lo. Diante do fato, as pessoas ficam maravilhadas. – Não seria esse Jesus
o Messias esperado?
Chegando ao Monte das Oliveiras,
realiza a partir dali sua entrada na Cidade Santa. Os peregrinos que também
vieram a Jerusalém para as festividades pascais, deixaram-se contagiar pela
alegria dos discípulos; cantam, dançam, estendem suas vestes por onde Jesus vai
passando. Chegando ao Templo, Ele tece crítica aguda ao modo como era gerido e
utilizado. Isso causa estupor nos dirigentes que, por sua vez, decidem eliminar
definitivamente a Jesus. O que se segue é um misto de vingança e ódio,
incompreensões e traições, humildade e prece, submissão e fidelidade. Trata-se
de expressões de profunda humanidade e, ao mesmo tempo, de radical disposição
da parte de Jesus de se deixar conduzir.
A Semana Santa, os fatos
acontecidos naqueles dias representam um grande convite a todos os homens e
mulheres de boa vontade. Convite a meditar e refletir sobre as possibilidades e
capacidades do ser humano. Ele pode tornar-se animalesco, quando se perde na
sua humanidade, quando não é capaz de discernimento, quando se deixa manipular.
Mas pode também atingir as mais nobres possibilidades, quando sabe de sua
condição e vocação.
A ‘Grande Semana” representa uma
possibilidade privilegiada para todos realizarem o caminho da subida a
Jerusalém com o Senhor. Nesse itinerário podem estar presentes distintos
desafios, diferentes possibilidades.
A Igreja do Brasil nos convidou a
despertarmos para uma realidade desumana, presente entre nós: o tráfico humano!
Essa realidade é marcada por traições, incompreensões, vergonha, dor e, por
vezes, morte. Isso nos recorda que, quando não realizamos o nosso caminho com
Jesus; quando não cultivamos, não promovemos, não cuidamos, não educamos nossa
humanidade, podemos nos tornar mercadores do ser humano, nos tornar incapazes
de ver, perceber e promover a pessoa; perdemos nossa honra e dignidade,
tornamo-nos seres diabólicos, animalescos.
No Sábado que antecedeu o Domingo
de Ramos nossa juventude celebrou, em união com o Santo Padre Francisco, o Dia
Mundial da Juventude. Ao entardecer daquele sábado, diante da Catedral
Metropolitana, em celebrando a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém,
testemunhamos nosso desejo de vida digna, honrada, plena para todos. Desejamos
rezar nossa disposição de querer efetivamente promover e defender a vida humana
em todas as suas dimensões e fases.
+ Dom Jaime Spengler
Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre
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